Inscreva-se na newsletter

Inscreva-se na newsletter de Stellantis Communications e fique atualizado sobre todas as novidades

19 out. 2020

“Cavalos-Marinhos”, a motonáutica Alfa Romeo em exposição

No ano do 110.º aniversário da Alfa Romeo, uma exposição no Museu de Arese relembra um capítulo da história da Marca menos conhecido, mas muito bem-sucedido.  

“Cavalos-Marinhos”, a motonáutica Alfa Romeo em exposição

 

  • No ano do 110.º aniversário da Alfa Romeo, uma exposição no Museu de Arese relembra um capítulo da história da Marca menos conhecido, mas muito bem-sucedido.
  • Em exposição, barcos a motor muito raros propulsionados por motores Alfa Romeo que conquistaram dezenas de títulos do mundo, da Europa e de Itália e bateram vários recordes a nível mundial.
  • Exibidos juntos, pela primeira vez, o barco a motor de competição Arno II e o motor que o impulsionava: o do Alfetta Tipo 158 que, antes de vencer o primeiro campeonato de Fórmula 1 da história, já tinha acumulado títulos mundiais na água. E que, depois desta aventura na Fórmula 1, voltou às vitórias na motonáutica.
  • Não só competição: desde barcos de recreio até barcos de Veneza e barcos explosivos usados na Segunda Guerra Mundial, a exposição oferece uma completa visão geral que faz brilhar a multifacetada natureza dos motores Alfa Romeo.

 

Cinco títulos mundiais, os dois primeiros campeonatos de Fórmula da história, onze Mille Miglia, dez Targa Florio, centenas de outros triunfos nas categorias Sport e Turismo: a história desportiva da Alfa Romeo na estrada e nos circuitos é bem conhecida. O que é menos conhecido é uma outra página da sua história, a que escreveu na água. De facto, as tecnologias e as inovações desenvolvidas pela Alfa Romeo foram utilizadas também na motonáutica, um desporto tão excitante como a competição automóvel e capaz de arrebatar o público. Entre as décadas de 1920 e 1980, a Alfa Romeo estava entre os protagonistas absolutos também neste campo. Os motores aeronáuticos e de automóveis foram adaptados para utilização em barcos, tanto de série como de competição, e eram derivados não só dos lendários Alfetta durante e depois das suas carreiras no mundo automóvel, mas também dos Giulietta, Giulia GTA, Montreal, 2600 e outros. Entre recordes e títulos mundiais, europeus e italianos nas várias classes, a Alfa Romeo venceu na água quase tanto como nas pistas e na estrada.
No ano do seu 110.º aniversário, o Museu Alfa Romeo em Arese presta homenagem a este capítulo menos conhecido da história com uma exposição intitulada «Cavalli Marini» (Cavalos-Marinhos), uma citação de um artigo publicado na revista Quadrifoglio em 1973. A exposição, patente entre 17 de outubro de 2020 e 21 de fevereiro de 2021, é uma oportunidade extraordinária para descobrir a ‘outra vida’ dos motores Alfa Romeo, desde a competição aos transportes públicos, desde os veículos militares aos barcos de pesca a motor usados após a Segunda Guerra Mundial para abastecer as cantinas das empresas.

 

Recordes e não só

Marca historicamente ligada ao mundo da competição, a Alfa Romeo é dona de uma fértil lista de feitos também na motonáutica. Nove dos dez barcos presentes na exposição (o décimo é um barco de recreio) são detentores de nada menos que onze recordes mundiais, seis campeonatos do mundo, sete campeonatos europeus, nove campeonatos italianos e cinco medalhas de ouro da Federação Italiana de Motonáutica. A exposição traça a história de todos os tipos de motores que dominaram a motonáutica: do lendário Alfetta às diversas versões do motor de duas árvores de cames, até ao Montreal e ao Tipo 33.

 

As “três vidas” do Alfetta

No campo da motonáutica, os motores, adaptados para uso marítimo, eram frequentemente cedidos para utilização temporária e geridos nos circuitos marítimos diretamente pelo departamento de competição da Alfa Romeo. Era o caso, por exemplo, dos motores Alfetta. A exposição representa, assim, a ocasião ideal para um regresso histórico: o encontro entre o Arno II - um aerodinâmico monocasco construído pelos estaleiros Picchiotti de Viareggio em 1946 e especificamente restaurado, 70 anos depois, para esta exposição - e o motor que o impulsionava na época, originalmente concebido para o Alfetta 158. Um motor que, quando trouxe para a Alfa Romeo o seu primeiro triunfo na história da Fórmula 1, em 1950, já tinha vencido três campeonatos do mundo na água, conquistado um título italiano, batido o recorde mundial de velocidade e não só, com Achille Castoldi ao volante.
Foi precisamente Castoldi quem obteve o uso exclusivo do motor do 158 para competição motonáutica em 1938. E, em 1943, foi ele quem salvou alguns Alfetta, escondendo-os na sua quinta em Abbategrasso, ao abrigo de bombardeamentos e de requisições militares.
O barco de competição Arno II foi inclusivamente pilotado por Achille Varzi, que conseguiu subir ao pódio da Luino Cup em 1948. No fim de 1949, quando chegaram os revolucionários ‘três pontos’, o Arno II foi posto em repouso, sem motor, e nunca mais foi utilizado. Mas o motor obviamente não se retirou: na sua versão de estrada, conquistou os dois primeiros títulos na história da Fórmula 1, em 1950 com Nino Farina e depois em 1951 com Juan Manuel Fangio.
Quando, no ano seguinte, a Alfa Romeo se retirou da F1, uma nova e extraordinária aventura aguardava o motor Alfetta. Laura 1°, Moschettiere, Tamiri, Laura 3° - o último até montava em linha dois motores Alfetta - escreveram páginas memoráveis na história do desporto, com ases como Mario Verga, Ezio Selva e o próprio Castoldi, que acumulou vitórias na competição assim como recordes de velocidade.

 

Parada de Campeões do Mundo

A exposição inclui ainda outras embarcações com um impressionante palmarés, como o Loustic 2, barco com motor a bordo da classe LV-1300 construído pelos estaleiros Celli em Veneza e propulsionado pelo motor de 1300 cm3 do Giulietta AR530. Em 1964, conquistou três títulos mundiais na sua classe nas provas de cinco, dez e quinze milhas.
Depois, temos o único exemplar existente do Molinari-Alfa Romeo 2500, que ganhou o título mundial em 1966. Construído para o piloto de motonáutica da equipa Agusta Fortunato Libanori, tem carroçaria em liga de alumínio aeronáutico produzida pelo departamento Helicópteros Agusta. Como tributo à colaboração com este setor, a traseira ostenta as cores da companhia aérea Alitalia.
Temos ainda o "Dalla Pietà - Alfa Romeo" que ganhou três títulos europeus e dois italianos na categoria “Runabouts europeus / Inboard sport” entre 1968 e 1970. Exemplar único, foi construído para Luigi Raineri, famoso preparador de motores de motonáutica Alfa Romeo.
Em exposição está também o "Molivio - Alfa Romeo GTA” conduzido por Leopoldo Casanova, piloto e recordista dos barcos com motor a bordo Alfa Romeo Autodelta: entre 1968 e 1972, conquistou um título europeu e quatro títulos italianos e bateu quatro vezes o recorde de velocidade mundial em três classes diferentes.
O "Celli" de 1970 é o primeiro dos quatro barcos de competição 2500 equipados com o motor marinho Montreal-Autodelta. Foi guiado por Antonio Pietrobelli, famoso piloto e vencedor durante mais de dez anos de títulos em circuitos de competição italianos, europeus e mundiais.
A série de barcos de competição a motor completa-se com um racer construído pelos estaleiros Lucini, em Como, para Franco Cantando, vencedor do recorde mundial R3 em 1974 e campeão do mundo no ano sucessivo. Por fim, temos o "Popoli-Alfa Romeo" da Coleção do Museu Alfa Romeo. Com este barco com motor Tipo 33, que tinha sido levado até dois litros e meio pela Autodelta, Leopoldo Casanova estabeleceu o recorde mundial de velocidade na classe KC 500 KG, até hoje invicto, à média de 225,145 km/h.

 

Dos barcos explosivos aos barcos de Veneza e aos barcos de recreio

A história escrita pela Alfa Romeo na água não é só feita de corridas e recordes, inclui muito mais. Testemunha dos motores da Alfa Romeo no campo do turismo é o "Glauco", um monocasco de recreio Vidoli di Stresa de 1932 extremamente raro, excecionalmente propulsionado por um igualmente raro motor 6C 1750. Era o barco de turismo típico das famílias ricas da altura e provém da coleção do Museu de Barcos Lariana.
As vitórias, os desafios, mas também os históricos barcos de Veneza motorizados pela Alfa Romeo, ou os famigerados "barcos explosivos" usados na Segunda Guerra Mundial, está tudo presente na exposição por meio de exclusivos modelos à escala, imagens históricas e uma rica coleção de objetos e documentos.
A exposição, que conta com a generosa participação de algumas das mais importantes coleções internacionais e do Museo Barca Lariana - Museu Internacional de Barcos Vintage do Lago de Como, é patrocinada pela Federação Italiana de Motonáutica-Coni e pode ser visitada durante os dias e horários de funcionamento do Museu (sábado e domingo, entre as 10h00 e as 18h00, hora local). O custo está incluído no bilhete de entrada.

 

Porto Salvo, 19 de outubro de 2020

Outros materiais